Gerenciamento e correlação de eventos de segurança, ou SIEM: um guia completo
Em um cenário onde as ciberameaças tornam-se cada vez mais sofisticadas, contar com ferramentas que garantam visibilidade, controle e resposta rápida é essencial para manter a segurança da informação nas empresas.
É nesse contexto que entra o SIEM, uma tecnologia que reúne dados de segurança, detecta comportamentos anômalos e automatiza respostas a incidentes.
Neste guia completo, você entenderá como o SIEM funciona, quais são seus recursos, os principais benefícios e as boas práticas para sua implementação. Continue lendo!
O que é SIEM?
O SIEM (Security Information and Event Management, ou em português, Gerenciamento de Informações e Eventos de Segurança) tem como princípios agregar dados relevantes de fontes diferentes, detectar desvios de padrão e agir com as medidas apropriadas.
Exemplo prático de funcionamento do SIEM
Exemplo: quando um problema é encontrado, o SIEM registra todas as informações relacionada a ele, gera um alerta e instrui outras ferramentas de segurança a parar o progresso de uma atividade.
Importância do SIEM para os SOCs
Atualmente, o SIEM já se tornou um item essencial nos SOCs (centros de operação de segurança) para monitoramento e casos de uso de gerenciamento de conformidade.
Isso se deve ao fato dele conseguir examinar todos os dados relacionados à cibersegurança de forma centralizada, o que facilita a identificação de padrões incomuns.
Operação básica do SIEM
Em sua forma mais básica, esse sistema pode operar com base em:
Regras predefinidas, ou;
Mecanismos de correlação estatística para identificar relações entre os registros de eventos.
Funcionalidades avançadas dos SIEMs modernos
Com o avanço da tecnologia, os SIEMs modernos passaram a incorporar recursos como análise de comportamento de usuários e entidades (UEBA), além de funcionalidades de orquestração, automação e resposta a incidentes (SOAR).
Como o SIEM coleta e analisa dados
Esses sistemas funcionam por meio da implantação hierárquica de diversos agentes de coleta, que reúnem eventos de segurança provenientes de:
Dispositivos,
Servidores,
Equipamentos de rede,
Soluções especializadas, como firewalls, antivírus e sistemas de prevenção de intrusão (IPS).
História do SIEM
O SIEM é uma versão evoluída do gerenciamento de logs, que são políticas coletivas e processos usados para administrar a geração, análise, armazenamento e descarte de volumes altos de dados de logs.
O termo foi criado em 2005 por analistas do Gartner, que propuseram um novo sistema de informação de segurança baseado em SEM e SIM. Saiba mais sobre esses termos abaixo:
SEM (Security Event Management): foca no monitoramento e gestão em tempo real de eventos de segurança.
SIM (Security Information Management): concentra-se na análise e armazenamento a longo prazo de informações de segurança. Também integra logs com inteligência de ameaças.
Com a combinação dessas duas tecnologia, o SIEM passou a ser uma abordagem mais completa para a gestão da segurança da informação.
Recursos do SIEM
Confira as principais capacidades a serem consideradas nessas ferramentas:
Agregação de dados: os dados são monitorados e coletados de banco de dados, aplicações, redes e servidores.
Correlação: o sistema encontra atributos semelhantes entre eventos diferentes, o que facilita a análise de alguma ameaça de segurança, por exemplo.
Painéis: os dados são mostrados em gráficos para facilitar a visibilidade, detecção de padrões e evitar perder eventos importantes.
Alertas: as ferramentas podem notificar os usuários em caso de algum incidente de segurança.
Automação: essas soluções podem contar com funções como respostas automatizadas a incidentes e análise automatizada de incidentes.
Como o SIEM funciona?
Apesar de algumas soluções SIEM serem mais robustas do que as outras, a maioria fornece as funções principais, como:
Gerenciamento de logs
As soluções SIEM coletam dados de eventos provenientes de uma ampla gama de fontes em toda a infraestrutura de TI da organização, abrangendo tanto ambientes locais quanto em nuvem.
Esses logs incluem informações de usuários, endpoints, aplicações, fontes de dados, cargas de trabalho em nuvem, redes e ativos de segurança como firewalls, antivírus e sistemas de detecção ou prevenção de intrusão.
Esses dados são correlacionados e analisados em tempo real para identificar comportamentos suspeitos.
Além disso, muitas soluções SIEM se integram a feeds de inteligência de ameaças de terceiros, o que permite cruzar os dados internos com indicadores de ameaças conhecidos, aumentando a capacidade de detecção e bloqueio de ataques com base em assinaturas atualizadas.
Correlação e análise de eventos
A correlação de eventos é um componente central de qualquer sistema SIEM eficaz.
Utilizando técnicas avançadas de análise de dados, os SIEMs identificam padrões complexos em grandes volumes de informações, fornecendo insights que permitem detectar e mitigar rapidamente ameaças à segurança.
Com isso, há uma melhoria nos indicadores operacionais como o tempo médio de detecção (MTTD) e o tempo médio de resposta (MTTR), ao automatizar processos que anteriormente exigiam investigações manuais e demoradas.
Monitoramento de incidentes e alertas de segurança
Os SIEMs consolidam todas as análises em um painel centralizado, onde as equipes de segurança acompanham eventos em tempo real, fazem a triagem de alertas, identificam incidentes e iniciam ações de contenção ou correção.
Esses painéis geralmente oferecem visualizações dinâmicas que facilitam a detecção de tendências e picos de atividade suspeita. Com regras de correlação pré-definidas e personalizáveis, as empresas podem definir os alertas como de baixa ou alta prioridade.
Exemplo: uma conta de algum colaborador que gera 8 falhas de login em 25 minutos pode ser considerada suspeita. No entanto, ainda assim, ela possivelmente será definida com prioridade mais baixa, pois essas falhas provavelmente aconteceram porque o usuário esqueceu suas informações de login.
Agora, imagine uma conta que gera 180 tentativas de login em 3 minutos. Esse evento seria sinalizado com prioridade alta, visto que, muito provavelmente, trata-se de um ataque de força bruta.
Gerenciamento e relatórios de conformidade
O SIEM também desempenha um papel essencial na conformidade regulatória, especialmente em organizações que precisam atender a padrões como LGPD, PCI-DSS, HIPAA, SOX, entre outros.
Por automatizar a coleta, análise e verificação de dados, as soluções SIEM simplificam auditorias e relatórios de conformidade.
Muitas delas já incluem modelos pré-configurados que facilitam a geração de relatórios personalizados e em tempo real, reduzindo a carga operacional e permitindo a identificação antecipada de potenciais violações.
Disponíveis de forma local ou nuvem
Os sistemas SIEM podem ser encontrados de diferentes maneiras, como:
Em hardware.
Em software instalado em um servidor local
Aplicação virtual
Por causa disso, é muito importante saber que cada uma dessas arquiteturas tem vantagens e desvantagens. Para escolher qual usar, a organização tem que analisar todos os pontos e planejar como eles se adaptariam às características do negócio.
Vale a pena ressaltar que outro aspecto fundamental do SIEM é a maneira como os dados de log são transferidos. Há duas abordagens básicas:
1) As baseadas em agente.
2) As sem agente.
Na primeira opção, instala-se um agente em cada máquina que vai gerar logs. Ele será responsável por extrair, processar e transmitir tudo para o servidor.
Já no segundo caso, o sistema que vai gerar os logs poderá transmiti-los de forma direta para plataforma. Ou então, pode existir um servidor de registro intermediário envolvido.
Para empresas de todos os tamanhos
O SIEM é uma tecnologia flexível e adaptável, possuindo diferentes formas de utilização. Dessa forma, é indicado para empresas de diversos tamanhos e indústrias.
Muitos podem pensar que uma tecnologia assim só vale o investimento quando é usada em empresas grandes, mas isso não é verdade. O volume de dados das organizações está aumentando cada dia mais, bem como a importância de visualizar as fontes de log em um único console.
Além disso, quando falamos de compliance, temos que frisar que isso é algo importante para todas as organizações.
Pequenas e médias empresas também podem tirar proveito de ferramentas SIEM e gerar relatórios automaticamente, que vão fornecer evidências de adesão do negócio aos requisitos de conformidade, como os da LGPD.
Quais são os benefícios do SIEM?
Como vimos acima, um SIEM pode ser benéfico para empresas de todos os tamanhos e ramos. Saiba mais sobre as principais vantagens que essas tecnologias oferecem:
Reconhecimento de ameaças em tempo real
As soluções SIEM permitem realizar auditorias e gerar relatórios de conformidade de forma centralizada em toda a infraestrutura da organização. Por meio de automação avançada, esses sistemas otimizam a coleta e análise de logs e eventos de segurança, reduzindo a dependência de recursos internos e facilitando o atendimento a exigentes normas regulatórias.
Detecção de ameaças
Diante da constante evolução do cenário de ameaças cibernéticas, é essencial contar com tecnologias capazes de identificar e responder tanto a ataques conhecidos quanto a vetores de ameaça inéditos.
Ao integrar feeds de inteligência de ameaças e recursos de inteligência artificial, os SIEMs modernos capacitam as equipes de segurança a lidar com uma ampla gama de ataques de forma mais rápida, precisa e proativa.
Monitoramento de aplicações e usuários
Com o crescimento do trabalho remoto, da adoção de soluções SaaS e de políticas como BYOD (Bring Your Own Device), as fronteiras tradicionais da rede tornaram-se mais difusas.
Nesse contexto, os sistemas SIEM proporcionam visibilidade completa ao rastrear atividades de usuários, dispositivos e aplicações em toda a rede, inclusive fora do perímetro corporativo.
Essa visibilidade aprimorada é fundamental para detectar ameaças, identificar comportamentos anômalos e proteger ativos em qualquer ponto de acesso à infraestrutura digital.
4 melhores práticas para implementar o SIEM
Siga estas práticas recomendadas ao implementar o SIEM:
1) Aplique regras de correlação de dados
Essas regras devem ser aplicadas em todas as redes, sistemas e implementações de nuvem. Assim, os dados com erros poderão ser encontrados mais facilmente e as análises serão mais assertivas.
2) Identifique os requisitos de conformidade
Pesquisar quais são os requisitos de conformidade para o seu negócio fará toda a diferença aqui. Isso vai garantir que a ferramenta SIEM que a empresa escolheu estará configurada para auditar e relatar os padrões corretos, o que vai facilitar bastante o processo.
3) Liste todos os ativos digitais
A lista dos dados armazenados digitalmente em um ambiente de TI vai ajudar no monitoramento da atividade da rede e na gestão de dados de log.
4) Implemente fluxos de trabalho e planos de resposta a incidentes
Sua equipe sabe o que fazer em caso de incidentes? Eles conhecem os prazos, prioridades e os responsáveis por cada tarefa?
Ao criar um fluxo de trabalho e planos de resposta a incidentes, você vai conseguir ter uma resposta rápida e evitar que a ameaça se transforme em uma grande dor de cabeça para a empresa.
Log360: a solução SIEM perfeita para você
Você está procurando uma solução SIEM robusta, escalável e acessível? O Log360 da ManageEngine é uma excelente opção.
Ele oferece uma abordagem unificada para gerenciamento de logs, detecção de ameaças internas e externas, resposta a incidentes e conformidade.
Com recursos avançados de UEBA (User and Entity Behavior Analytics), correlação de eventos em tempo real, monitoramento em nuvem e on-premises, além de painéis intuitivos, o Log360 permite que equipes de segurança de qualquer empresa atuem com eficiência.
Outro destaque é a sua capacidade de integração com diversas fontes de dados e ferramentas de segurança já existentes na organização, além do suporte à automação por meio de recursos SOAR.
Ao adotar o Log360, sua empresa estará protegida contra ciberameaças e no cumprimento das exigências regulatórias, com uma plataforma confiável, personalizável e fácil de usar.
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