Quando ouvimos o termo hacker, algumas imagens podem surgir na sua mente.
Geralmente, elas estão relacionadas a criminosos que roubam dados e pedem grandes quantias, geralmente em criptomoedas, para os devolver. É possível também que você tenha imaginado personagens de filmes de ação que conseguem invadir sistemas em poucos segundos, salvando o protagonista de uma situação urgente.
Mas e quanto ao hacker ético, você sabia que existe? Já ouviu falar? Este conceito surgiu dentro da cibersegurança, com o papel de simular ataques para testar a defesa das aplicações e sistemas da empresa.
No Brasil, dados apontam que o Brasil é o país que mais sofre ataques cibernéticos na América Latina, tendo um aumento de 8% em relação ao segundo semestre de 2022.
Com o grande número de ataques cibernéticos, empresas procuram investir mais na cibersegurança e, entre os métodos, está a procura de profissionais de hacking ético.
Continue lendo este artigo para entender o que é o hacking ético e porque as empresas estão investindo nessa área.
Hacking ético: o que é?
O termo hacker é utilizado para se referir a qualquer pessoa que tenha conhecimento em tecnologia de informação e consiga modificar softwares e hardwares de computadores, não sendo necessariamente para cometer um crime, mas modificando sua configuração original.
Muito comumente, as pessoas confundem o hacker com os criminosos que invadem sistemas para extrair informações, cometendo crimes virtuais. Na verdade, o termo certo para eles seria cracker. Porém, como hacker acabou se tornando o termo mais conhecido, acabaram-se criando divisões para ele.
O hacker ético, também chamado de hacker do bem, é o profissional que compõe o time de cibersegurança com foco em segurança ofensiva. Utilizando táticas de ataque e penetração, ele procura por vulnerabilidades que podem ser alvos de ataque de cibercrimes.
A diferença do hacker ético para outros hackers, é que eles fazem este trabalho com a autorização da empresa ou contratante. Atualmente, muitas corporações já possuem um hacker ético em seu time de segurança ofensiva, enquanto outras preferem terceirizar este serviço com programas de recompensa.
O foco do hacking ético é encontrar pontos fracos e brechas no sistema, que seriam usados por pessoas mal intencionadas, avisando assim a defesa da segurança de informação para que sejam feitas as correções antes que um ataque ocorra.
Entenda mais sobre como o hacker ético faz parte da cibersegurança assistindo o episódio do nosso Podcast, Server Room Brasil.
O que o hacker ético faz?
O hacking ético pode ser considerado um método para fortalecer a cibersegurança de empresas. Entre as suas funções, estão:
Identificação de vulnerabilidades
A identificação de vulnerabilidades é o primeiro passo. Ao hackear o sistema da empresa, o hacker irá encontrar os pontos que precisam de correção pois apresentam brechas que podem ser utilizadas por cibercriminosos. Entre as vulnerabilidades encontradas, podem estar aplicações inseguras ou desatualizadas, a falta de criptografia de senhas, entre outros. Ao final, um relatório é montando e apresentado para a equipe de cibersegurança para que essas vulnerabilidades sejam corrigidas.
Teste de penetração ou pentest
Os testes de penetração, também conhecidos como pentest, é um teste que simula um ataque cibernético de um hacker. Através desse método, é possível encontrar vulnerabilidades, além de demonstrar para a organização e para o blue team (time de defesa) como um hacker criminoso faria para invadir o sistema da empresa e quais caminhos seguiriam até conseguir extrair as informações que buscam, como dados sensíveis de clientes e funcionários.
Prevenção de ataques
Os hackers em geral possuem um mindset diferenciando, pois eles sempre estão pensando à frente e buscando alternativas que outros não percebem.
Esse modo “diferente” de pensar é o que torna ter um hacker ético valioso, pois ele estará pensando como um hacker criminoso, só que se preparando para proteger os sistemas de ataques. Ou seja, o hacker ético estará sempre olhando para a infraestrutura de modo a procurar por brechas que outros não estariam procurando, pensando nas possibilidades que um cracker poderia se aproveitar. Então embora o hacker ético trabalhe na cibersegurança ofensiva, ele também possui um papel fundamental na parte defensiva.
Benefícios do hacking ético
A cibersegurança se tornou um ponto focal para as empresas devido à grande digitalização e dependência das tecnologias do mundo atual. Por isso, o hacking ético traz benefícios como:
Redução de custos
A identificação e eliminação de falhas de segurança reduzem os custos das empresas, uma vez que detectar uma falha e corrigi-la antes que um ataque ou incidentes ocorram é mais barato do que sofrer um ataque e ter que lidar com as consequências, como tempo de inatividade, multas em caso de vazamento de dados, perda de reputação, entre outros.
Proteção de dados confidenciais
O trabalho do hacker ético analisa se a segurança dos sistemas estão fortes, o que impacta diretamente na proteção de dados confidenciais, uma vez que uma cibersegurança com mais vulnerabilidades permite que haja mais perigo de vazamento de dados sensíveis.
Estar em conformidade
Normas de privacidade e leis de proteção de dados estão em vigor e cada vez mais exigentes, como a LGPD no Brasil e GDPR na União Europeia. Manter os dados seguros agora é uma questão de estar de acordo com leis e diretrizes que impactam a forma como sua empresa é vista no ambiente corporativo.
Segurança proativa
A cultura de cibersegurança tem mudado dentro das empresas. Antigamente, havia um posicionamento reativo, ou seja, depois que um incidente ou vazamento acontecia. Com o aumento do número de ataques cibernéticos, ficou claro que esta forma de ação não é mais eficiente. A ação proativa e preventiva traz mais benefícios para as organizações, causando muito menos impacto quando as vulnerabilidades são corrigidas antes que um ataque criminoso seja feito.
O hacker ético dentro das empresas
Devido à mudança da visão sobre a cibersegurança dentro das empresas, com ela tomando um papel central e cada vez mais importante, viu-se necessário investir mais na segurança de informação, principalmente com o número de ataques cibernéticos ainda frequentes, com o Brasil já registrando 23 milhões de ataques no primeiro semestre de 2023.
Além da cibersegurança preventiva, as empresas têm buscado hackers éticos com mais frequência para compor seu time de segurança ofensiva. Também há a possibilidade do Bug Bounty, um programa de recompensa em que a empresa paga para o “caçador”, o bughunter, que descobrir as suas vulnerabilidades.
Para aqueles que buscam se especializar nesta área, não há uma graduação específica, mas sim cursos, certificações e qualificações para se tornar um profissional da área. Entre os mais conhecidos, estão:
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Certified Ethical Hacker ( CEH ) – EC-Council;
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SANS GPEN – SysAdmin, Networking e Security;
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Certified Information Systems Auditor ( CISA ) – ISACA;
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Offensive Security Certified Professional – OSCP;
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GIAC Security Essentials ( GSEC ) – Certificação Global Information Assurance.
O hacker está do seu lado – na cibersegurança
O hacker ético estará como um integrante do Red Team da empresa, ou seja, a equipe que estará simulando ataques e testando as defesas da organização. No entanto, o Red Team nunca trabalha sozinho, mas sim em conjunto com o Blue Team, a equipe de defesa.
A equipe defensiva, porém, possui muito mais trabalho do que atacante. Procurar por brechas, vulnerabilidades, anomalias ou qualquer tipo de falha que sinalize uma invasão ou possível ataque, é muito mais trabalhoso. Defender demanda muito mais tempo e cuidado do que atacar. Quando um ladrão vai invadir uma casa, basta uma janela aberta, mas, para manter a casa em segurança, é necessário verificar constantemente várias portas e janelas, não é mesmo?
E mesmo com um hacker ético ao seu lado, é possível tornar a vida do time de defesa mais fácil com a solução certa para detectar vulnerabilidades.
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