Como funciona um ataque de tailgating?
Hoje em dia, com a cibersegurança dominando as conversas sobre proteção de dados, muitas empresas acabam esquecendo de um ponto básico, mas essencial: a segurança física. Um sistema pode estar perfeitamente configurado, mas se uma pessoa não autorizada conseguir entrar fisicamente no seu ambiente de trabalho, todo o esforço digital pode ir por água abaixo.
E assim surge o o que chamamos de "tailgating", uma técnica de engenharia social que pode parecer simples, mas representa um risco enorme. Neste artigo, vamos explicar o que é esse tipo de ataque, como ele acontece na prática, os riscos envolvidos e o que você pode fazer para evitá-lo.
O que é um ataque de tailgating?
Este é um tipo de ataque físico baseado em engenharia social, no qual uma pessoa sem autorização consegue entrar em uma área restrita seguindo de perto alguém autorizado e, geralmente, sem ser percebida. É o clássico “aproveitar uma porta aberta”, mas aqui, literalmente.
Vamos imaginar que um funcionário entra no prédio da sua empresa e, por educação, segura a porta para quem está vindo atrás. Parece uma ação normal e inofensiva, certo? Mas, ela pode permitir que um invasor acesse as áreas seguras da organização sem precisar usar o crachá, uma senha ou autorização.
Tailgating como tática para engenharia social
O tailgating se encaixa como uma técnica de engenharia social física se pararmos para analisar. Isso porque ele explora o comportamento humano, que é a nossa gentileza, distração ou até mesmo pressa, para burlar mecanismos de segurança.
O invasor não força a entrada com violência, nem invade sistemas pela internet, mas se aproveita da confiança ou descuido de alguém para conseguir o que tanto quer: o acesso.
Tailgating x Piggybacking: existe diferença?
Embora os dois termos pareçam iguais e também sejam usados como sinônimos, há uma diferença bem sutil e importante entre eles.
No tailgating, o invasor entra sem o conhecimento da pessoa à frente, ou seja, ele se aproveita do momento e entra junto sem ser notado. Já no piggybacking, o invasor entra com o consentimento da pessoa autorizada, geralmente pedindo um favor, como: “esqueci meu crachá, você pode segurar a porta?”.
As duas técnicas são perigosas, mas o piggybacking depende da colaboração da vítima (mesmo que sem malícia), enquanto o tailgating se baseia mais na discrição do invasor.
Você pode estar se perguntando quais as consequências que esse ataque pode trazer, certo? Continue lendo para entendê-las.
Quais os riscos envolvidos em um ataque de tailgating?
Os riscos vão muito além da entrada não autorizada no ambiente físico. Embora de primeira pareça um simples caso de alguém se aproveitando de uma porta aberta, esse tipo de ação pode gerar consequências graves para uma organização, tanto no aspecto operacional quanto no financeiro e na reputação da empresa.
Exemplo prático de um ataque de tailgating
Imagine a seguinte cena: um funcionário está chegando ao trabalho com pressa e, ao entrar no prédio, percebe que uma pessoa se aproxima atrás dele carregando uma caixa de encomenda. Por pura gentileza, ele segura a porta e deixa essa pessoa passar. O que ele não percebe é que essa simples atitude acabou de comprometer toda a segurança do ambiente. O suposto entregador, na verdade, é um invasor que agora circula livremente por setores onde não deveria estar.
Acesso físico pode levar a ataques digitais
Com o acesso físico a áreas restritas, um golpista pode fazer o que quiser, por exemplo: roubar dispositivos como notebooks, pendrives e até mesmo celulares corporativos que ficam sobre mesas ou nas salas de reunião. Esses equipamentos, além do valor material, carregam muitas informações valiosas que podem ser exploradas ou revendidas.
Outro cenário possível é o uso de pendrives maliciosos que, ao serem conectados em computadores da rede, instalam malware silenciosamente, dando origem a ataques muito mais complexos, como o sequestro de dados, o roubo de credenciais ou o monitoramento de atividades internas.
Educação vs. segurança: um dilema cotidiano
Esses exemplos não são apenas teóricos. O problema é que, na correria do dia a dia, a linha entre educação e segurança muitas vezes se apaga. E é justamente nisso que o tailgating se baseia: na confiança, na distração e, muitas vezes, na boa vontade das pessoas. Quando não existe uma cultura clara de segurança, esse tipo de ameaça se torna ainda mais fácil de executar e difícil de detectar.
Como se proteger de ataques de tailgating?
Agora que já entendemos como o tailgating acontece e os riscos que ele pode trazer, precisamos pensar em como se proteger.
O primeiro passo está na conscientização. Muitas vezes, o ataque só se concretiza porque alguém quis ser gentil, segurou uma porta ou não achou necessário questionar a presença de uma pessoa estranha. Por isso, é essencial que os colaboradores sejam orientados e treinados de forma contínua. Eles precisam entender que segurança e gentileza nem sempre caminham juntas e que, ao recusar um pedido de acesso ou questionar alguém, eles estão protegendo a empresa, e não sendo mal-educados.
Infraestrutura segura dificulta a entrada de intrusos
Apenas confiar no comportamento das pessoas não é o suficiente. A estrutura física da empresa também precisa colaborar para impedir que alguém acesse ambientes restritos com facilidade. Catracas com controle individual de passagem, portas com autenticação por biometria e câmeras nas entradas principais são exemplos de recursos que dificultam bastante a ação de quem tenta entrar sem permissão.
Gestão de visitantes: controle rigoroso é essencial
Outra frente de defesa importante está na gestão de visitantes. Toda empresa, por menor que seja, deve ter um processo rígido de identificação e acompanhamento de pessoas que não fazem parte do quadro fixo. Isso inclui o uso de crachás, controle de horário, limitação de acesso a algumas áreas e, sempre que der, ter a presença de um responsável acompanhando o visitante durante sua permanência.
Segurança física e cibersegurança andam juntas
No fim das contas, o que precisamos ter em mente é que segurança física também é cibersegurança. Um acesso indevido, ainda que pareça inofensivo, pode ser o ponto de partida para uma série de danos.
Por isso, mais do que protocolos e tecnologias, é preciso cultivar a cultura de segurança dentro da empresa, para todos terem uma mentalidade que valorize o cuidado, o questionamento e a atenção aos detalhes.
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